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Schrodinger


Schrodinger - O Princípio da Incerteza
Hoje, as pessoas usam o Princípio da Incerteza de Heisenberg para ressuscitar a filosofia de George Berkeley do século 18, encapsulada pela frase latina Esse est percipi (“ser é ser percebido”). As ideias de Berkeley representavam uma forma extrema do empirismo. Ele insistia que não podemos saber que um objeto existe, apenas que a nossa mente percebe algo parecido com esse objeto. No entanto, isso não significa que os objetos apareciam e desapareciam, apenas surgindo quando alguém os observava, uma vez que, para Berkeley, todas as coisas existiam sob o olhar atento de Deus.

Albert Einstein se sentiu incômodo com as ramificações do Princípio da Incerteza de Heisenberg e da interpretação de Copenhague da mecânica quântica que surgiu logo após. Heisenberg e Bohr argumentavam que jamais poderíamos saber com certeza a posição de uma partícula subatômica. Podemos apenas oferecer uma distribuição de probabilidade para descrever a posição de uma partícula. Bohr concluiu que as partículas subatômicas existem em uma superposição de estados e, por extensão, que elas não têm um determinado local antes da medição. A realidade subjacente foi assim considerada indeterminada. Essa noção pareceu completamente absurda a Einstein e em meados da década de 1920, Einstein começou a colaborar com Erwin Schrödinger para extrair a realidade deste absurdo.


Schrödinger e o gato
Schrödinger desenvolveu um experimento de pensamento sobre um gato que clarificou o absurdo da interpretação de Copenhague. O gato de Schrödinger continua a ser um conceito familiar hoje. Schrödinger descreveu sua ideia assim:

    Um gato está preso em uma câmara de aço, juntamente com o seguinte dispositivo (que deve ser protegido da interferência direta do gato): num contador Geiger há uma pequena quantidade de substância radioativa, tão pequena que talvez no decurso de uma hora um dos átomos se desintegrará, mas também, com igual probabilidade, talvez nenhum; se isso acontecer, o tubo do contador se descarrega e através de um relé libera um martelo que quebra um pequeno frasco de ácido cianídrico. Se alguém deixasse este sistema sozinho por uma hora, pode-se dizer que o gato permanece vivo se com o passar de uma hora o átomo não se desintegrar. A função psi de todo o sistema poderia expressar isso ao ter dentro dele o gato morto e o gato vivo (perdoem a expressão) misturados ou manchados.1
Então, o gato está vivo ou morto? De acordo com a interpretação de Copenhague, o gato existe no interior da câmara como um híbrido, tanto meio morto quanto meio vivo. Quando alguém abre a porta do compartimento, observa-se um ou outro, ou um gato morto ou um gato vivo. Parece bastante ridículo, não é? Isso é porque é. Na verdade, Schrödinger ofereceu esta experiência de pensamento como uma refutação da interpretação de Copenhague da mecânica quântica.


Schrodinger - Sua filosofia ainda persiste hoje
Hoje a controvérsia ainda ocasionalmente é assunto de discussão. Em 3 de novembro de 2007, New Scientist publicou um artigo de Mark Buchanan discutindo o trabalho de Joy Christian na Universidade de Oxford. Christian "afirma que as supostas provas dos físicos sobre a impossibilidade de mais ’realistas’ teorias residem sobre pressupostos falsos e por isso não provam muita coisa."

    "Contrariamente à sabedoria recebida", diz ele, "a teoria quântica não descarta a possibilidade de uma teoria mais profunda, mesmo uma que possa ser totalmente determinista." A conclusão de Christian resulta do cálculo relativamente simples, usando matemática alternativa, descrita em um trabalho agora em análise na revista Physical Review Letters... Einstein teria se sentido aliviado e é um estímulo para quem procura uma realidade mais profunda que vá além da teoria quântica e que possa ser mais "sensata" e semelhante à física clássica.2
Para Victor J. Stenger "nada que aconteça no universo está de qualquer forma predestinado." Contudo, uma teoria mais profunda ainda está sendo procurada, o que muitos acham que vai restaurar um certo grau de determinismo do mundo natural.

Aprenda mais!

1 Erwin Schrodinger, “The Present Situation in Quantum Mechanics,” Proceedings of the American Philosophical Society (29 de novembro, 1935). (www.tu-harburg.de/rzt/rzt/it/QM/cat.html)
2 Mark Buchanan, “Quantum Untanglement,” New Scientist (3 de novembro de 2007), 37, 38.

Página tirada de Colliding with Christ, por R.C. Metcalf. Para mais informações, visite www.ThinkAgain.us (site é em inglês).

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